A Psicoterapia EMDR é reconhecida pela Ordem dos Psicólogos Portugueses.

 

É uma psicoterapia recomendada pelas principais autoridades de mental tais como a Organização Mundial de Saúde, SAMHSA, National Institute for Health and Care Excellence (NICE), International Society for Traumatic Stress Studies, e American Psychiatric Association.

Neste vídeo, surgem algumas figuras públicas, entre as quais o príncipe Harry, que fizeram tratamento com psicoterapia EMDR.

 

 
 
 

O que é a psicoterapia EMDR?

EMDR é uma sigla para "“Eye Movement Desensitisation and Reprocessing” em português Dessensibilização e Reprocessamento através de Movimentos Oculares e  que foi desenvolvido por uma psicóloga clínica americana, Dra. Francine Shapiro, em 1980.

É um modelo psicoterapêutico reconhecido internacionalmente e aplicado por clínicos que tenham completado uma formação aprovada pela Associação EMDR Portugal (Associada da EMDR Europa).

É uma psicoterapia complexa e poderosa como tal os clínicos formados nesta terapia devem ter uma formação em saúde mental antes de iniciarem a formação em EMDR. É altamente recomendável consultar apenas clínicos credenciados que foram submetidos a uma formação de EMDR reconhecida.

Desde a sua descoberta, foram realizadas inúmeras investigações científicas demonstrando os seus benefícios em questões tão diversas como: depressão, ansiedade, ataques de pânico, violência doméstica, questões sexuais, Bullying, abuso/negligência na infância, abusos sexuais/físicos, agressões, traumas relacionados com intervenções cirúrgicas ou parto, acidentes de viação e de trabalho entre outros.

O EMDR é uma terapia baseada em mais de 30 anos de investigação e validação científica. Existem mais estudos controlados de validação EMDR para o tratamento de PSPT (Perturbação de stresse pós-traumático) do que qualquer outro método de tratamento.

Ver mais em www.emdrportugal.pt/publica%C3%A7%C3%B5es/artigos-cientificos-e-guidelines-internacionais/

As orientações de prática da American Psychiatric Association (2004), A American Psychological Association, and the Department of Veterans Affairs and Defense (2004) colocou o EMDR na categoria mais alta da eficácia. Pode ler citações de pesquisas mais específicas e informações em: www.emdr.comwww.emdria.org, e www.traumacenter.org, e https://www.sonomapti.com/aboutemdr.html.

O EMDR é atualmente um dos tratamentos mais consagrados para o trauma, tanto em incidentes isolados (acidente de viação, desastres naturais) como complexos (abusos na infância).

Investigações sobre o cérebro demonstram que o trauma altera significativamente não só a química do cérebro, mas também a estrutura do cérebro; PET exames cerebrais mostram que EMDR facilitam a reparação neurobiológica.

Como funciona?

Quando um acontecimento perturbador ocorre na vida de uma pessoa esta pode ficar dominada ou subjugada por ele.

A mente em situações perturbadoras, por vezes, é incapaz de processar esse acontecimento de uma forma adaptativa e apesar do evento se tornar distante no tempo, continua a condicionar o comportamento e as emoções.

Isto quer dizer que, o acontecimento continua presente de forma intensa e é  revivido repetidamente.

A estimulação alternada do cérebro com os movimentos bilaterais utilizados no EMDR parecem desbloquear o sistema nervoso.

Os eventos perturbadores tornam-se então menos intensos e menos presentes na memória assumindo o papel de memórias comuns (não perturbadoras).

Como se inicia o tratamento?

O terapeuta iniciará o trabalho obtendo a sua história clínica com o objectivo de avaliar se reúne os critérios para iniciar o tratamento EMDR.

Entre outras questões o terapeuta pretenderá saber: Que problemas a/o afetam; Se tem problemas de saúde específicos Se toma medicação; Que tipo de apoio dispõe (familiar/outro).

Levará também algum tempo a fornecer-lhe recursos psicopedagógicos, a ensinar-lhe alguns exercícios para que possa enfrentar rapidamente algumas situações de stress e existirá também tempo para explicar o modelo teórico do EMDR e esclarecer outras questões que tenha.

O que acontece durante a sessão? 

Muito do que acontece durante a sessão EMDR é similar ao que acontece noutras abordagens psicoterapêuticas.

O que torna o EMDR diferente é a forma como o terapeuta atinge a fonte da perturbação e que passa pela estimulação dos dois hemisférios cerebrais (esquerdo e direito), usualmente por movimentos oculares (São também usados estimulos tactéis e auditivos).

Durante a sessão, observará o terapeuta a mover os dedos no seu campo de visão de uma forma ritmada. Simultaneamente ele irá ajudá-la/lo, a relembrar os eventos negativos do passado, que têm condicionado a sua vida atual.

Durante toda a sessão estará consciente e no controlo da sua vontade (nada tem a ver com hipnose).

É sempre dada extrema importância ao que sente e ao que pretende.

Quanto tempo dura o tratamento?

Em situações simples o EMDR pode actuar de forma  muito rápida e os seus efeitos são notados quase de imediato pelos clientes (Ex: Fobias específicas como medo de cães, de agulhas, de viajar de avião, acidentes de viação sem consequências físicas graves). Nestes casos o número médio de sessões varia de 3 a 5 sessões.

Em situações mais complexas, que já acompanham o cliente há bastante tempo ou com início na infância, o EMDR demora um pouco mais de tempo podendo demorar alguns meses ou anos. Ainda assim produz efeitos mais rápidos que a generalidade das outras psicoterapias.

Nas palavras de Bessel A. van der Kolk, Psiquiatra e Professor na Boston University School of Medicine “A velocidade com que a mudança ocorre no EMDR contradiz a noção tradicional de tempo para a cura psicológica”

 

Definição de Trauma:

Quando estamos em perigo ou percebemos o perigo (a partir do ambiente ou de preocupações na nossa mente), o corpo é conectado para reagir automaticamente das seguintes formas:

O sistema nervoso simpático entra em alerta máximo enviando hormonas de stresse para o sistema respiratório, sistema cardiovascular e músculos preparando-nos para enfrentar o perigo ou evitar o perigo “fugir”.

O neo-córtex (a parte do cérebro responsável por processos de decisão) é desligado, incluindo uma outra área (área de Broca – responsável pela fala).

Isso acontece porque, o instinto é mais rápido que o pensamento e nas situações de perigo, falar e ter tempo para contemplar opções é um luxo que não se pode ter!

É também por essa razão que muitas vezes quando nos sentimos ansiosos, é difícil comunicar com audiências de forma precisa, bem como encontrar as palavras certas a usar.

Se não podemos lutar ou fugir, (todos os mamíferos, incluindo seres humanos) preparam-se para “aguentar a dor”, a isto chama-se resposta de congelamento. As endorfinas são libertadas para controlar a dor e a mente dissociasse do corpo e da experiência. Isto significa que o trauma reprimiu nossos recursos de enfrentamento.

O trauma não tem que ser  necessariamente violência física ou desastre natural, pode ser qualquer coisa que fez/faz com que o corpo / mente seja subjugado e desligue.

Quando isto acontece, a experiência traumática é codificada na memória implícita, o que significa que em vez de o acontecimento ficar registado sob a forma de palavras e histórias no cérebro, fica armazenado em fragmentos de pedaços de imagens, pensamentos, sons, cheiros, sensações físicas, e com emoções extremamente carregadas.

Quando a ameaça termina, todos os mamíferos incluindo os seres humanos, necessitam de descarregar a energia física andando, correndo ou chorando. Os seres humanos têm a tarefa adicional de mover a experiência da memória implícita para a memória explícita, acrescentando palavras e criando uma narrativa/história significativa que descreva não só a experiência, mas também a forma como nos vemos a nós mesmos, o que acreditamos sobre vida e sobre nós próprios após o evento.

A memória implícita não possui noção de tempo, o que significa que sempre algo nos faz lembrar o incidente traumático não é simplesmente lembrado, mas é reexperimentado. As hormonas de stresse são libertadas novamente. O sistema nervoso simpático entra em "modo de alarme", provocando uma aceleração do coração, os músculos ficam tensos, e o neo-córtex desliga-se ficando "offline". Em vez simplesmente nos lembrarmos do passado, parece que o acontecimento está novamente em curso no presente. Isto é o que define uma memória traumática.

 

Uma memória traumática é resultado de uma experiência traumática bloqueada, ou seja, impedida de se mover de memória implícita para memória explícita, o que é ainda mais provável se a resposta de congelamento tenha ocorrido.

O cérebro continua a tentar curar a experiência "batendo à porta" do cérebro verbal (consciente), no entanto, quando essa parte do cérebro "olha pela janela" observa redes neuronais de memória preenchidas com informação perturbadora e coloca barreiras evitando a entrada dessa informação!

Os sintomas intrusivos podem incluir:

·         Flashbacks relacionados com o trauma

·         Sentimentos desconfortáveis sem origem aparente

·         Reações emocionais excessivas

·         Sensações físicas que não fazem sentido “racional”

·         Ansiedade de desempenho quando se sabe que está preparado

·         Diálogo interno negativo

·         Quebra de discurso

·         Comportamentos de auto-sabotagem

Estes sintomas são traduções frequentes da memória implícita; sintomas de evitação como a dissociação, comportamentos autodestrutivos, isolamento e negação, são o neo-córtex tentando ignorar os "visitantes indesejados"!

É necessária uma imensa energia física e psicológica para manter a “porta fechada e vigiada”. O EMDR trabalha facilitando e permitindo que a memória implícita e explícita “conversem” entre si enquanto o corpo se mantém relaxado. O incidente traumático (s) torna-se então uma história narrativa ao invés do horror de palavras sem fim.

A investigação refere que a narrativa escrita também ajuda no processo de cura, mas para muitos sobreviventes de trauma isso é também muito doloroso. O trauma e o luto são mais eficazmente resolvidos quando a história é compartilhada com uma outra pessoa, parece que quando isso acontece estamos a ser conectados para receber apoio e para dar testemunho.

Infelizmente o trauma, torna muitas vezes os sobreviventes incapazes de falar sobre a experiência adicionando isolamento e solidão à sua dor.

Depois da Terapia EMDR, as pessoas relatam sentir-se em paz consigo mesmo e mais conectadas com os outros.

 

Após uma sessão de EMDR

EMDR facilita mudanças profundas e duradouras. Durante uma sessão de EMDR a sua mente vai avançar rapidamente de uma memória/cena para a próxima e para a próxima, o processo continuará entre as sessões enquanto a sua mente-corpo-espírito continuam a mover-se em direção à cura.

É normal que as pessoas descubram novas informações, façam conexões inesperadas e experimentem sentimentos positivos fortes, bem como emoções negativas entre cada sessão. É também normal que as mudanças sejam mais subtis e graduais.

Os recursos geralmente inesperados positivos também vêm espontaneamente à mente ou em sonhos. Convido-o/a a passar o tempo entre cada sessão prática e fortalecendo as conexões neurais dos recursos positivos que você desenvolveu. A maioria das pessoas considera esta parte muito agradável.

Pode ser útil escrever o que acontece consigo entre as sessões.

Reconhecimento e validação científica

O EMDR é reconhecido como uma terapia validada cientificamente por inúmeras organizações internacionais tais como:

Organização Mundial de Saúde; National Institute for Health and Care Excelence (NICE)  (Reino Unido); American Psychiatric Association, American Psychological Association; Department of Veterans Affairs & Department of Defense (Estados Unidos), entre outros. 

Alguns estudos e guidelines internacionais podem ser acedidas através do link www.emdrportugal.pt/publica%C3%A7%C3%B5es/artigos-cientificos-e-guidelines-internacionais/

 

Se pretender ler mais sobre EMDR, inclusive estudos de caso, recomendo:

EMDR: The Breakthrough “Eye Movement” Therapy for Overcoming Anxiety, Stress, and Trauma de Francine Shapiro

Getting Past your Past: Take Control of Your Life With Self Help Techniques From EMDR Therapy de Francine Shapiro

EMDR Essentials: A Guide for Clients and Therapists de Barb Mailberger

 

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